Constelação solitária
Para meu filho, Pedro
Te passo essa camisa – do Botafogo –
para assinalar uma linhagem fora do
sangue
e, nos estádios, saibas o hábito de
torcer em pé
entre os pavilhões
como, nos botecos, de pé se bebe
ao longo dos balcões.
Te passo essa bandeira – constelação
solitária –
para que, uma a uma, a estrela única
preencha o vazio expandido pelo uivo
de fogo das arquibancadas.
(Bola, mundo espantado,
menino, mestre sem cerimônia.)
Te passo essa determinância – botafoguense
–
como quem diz “Brasileiro”,
a derrota em chamas
de vitória
na garganta antropófaga
da imaginação.
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