Espelho cristalino (2)
Tuas versões preteridas
vivem só em mim,
poema:
retoquei a rosa
com verniz,
a rosa dos esgares,
renegada num diamante
empalhado.
De que escapávamos?
Quando me for, poema,
eu é que viverei em ti,
cristal cego
de mim,
trincadas as águas da memória;
sem minhas lágrimas recusadas
em cinzel sobre papel,
sentirás que ficamos
mais sozinhos?
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