segunda-feira, 31 de março de 2014

um sonho da poesia

Espelho cristalino (2)

Tuas versões preteridas
vivem só em mim,
poema:
retoquei a rosa
com verniz,
a rosa dos esgares,
renegada num diamante
empalhado.

De que escapávamos?

Quando me for, poema,
eu é que viverei em ti,
cristal cego
de mim,
trincadas as águas da memória;
sem minhas lágrimas recusadas
em cinzel sobre papel,
sentirás que ficamos
mais sozinhos?


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