A moça passa
À Cristiana Chaves
Sempre chove
em ti, chuva desagasalhada,
faz sempre sol,
a luz lenta
para te
entregar o tempo.
Tenho medo
de te encontrar numa galáxia sem luas,
numa matéria
sem música.
Anjos viajam
à terra para morrer saciados
e sei que me
esvairei correndo
como um deus
banido pelas rosas.
Tua boca é
uma linguagem alcançada por três punhais.
És uma
assassina que mata sempre a si mesma.
Deixa eu
escavar teus olhos
como quem
desenterra um feitiço,
lamber tuas
pegadas como um bicho de sangue,
te devorar
antes de te conhecer
e te dizer a
ti no nosso primeiro encontro.
Te mostrei
sete caminhos; escolheste o amarelo,
achando que
era o da melancolia.
Na rua, às
vezes, tua tristeza te acompanha de longe.
A noite que te
perdeu ainda uiva perto do rio.
Tua coragem
sempre sabe onde te encontrar.
A luz fica
lenta pra te entregar o tempo.
Um comentário:
Edson apesar dos grandes anos que de ausência, gostaria de dizer da alegria de vê-lo envolvido com as palavras, e apresentando a qualidade de sempre. Parabéns!!! Felicidades pela estrada à fora!!! Muita vida pra vc!!!!
Inês
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