segunda-feira, 26 de abril de 2010

LIVRO "DO REAL IMAGINADO"


fffffffRol de ímãs
fffffffffmanhãs
fffffffrolimãs do firmamento

água fremida,
fendida
ffffffffffffffffffffffffromãs
broto na estrela
ativa

fffffffnaturo
fffffffffffpalavra
fffffffrebento
fffffffffffviva

fffffffuniverso




interior

o rio corre em teu rosto
onde inda brilha o sol posto

o rio dorme em tua face
e cada estrela que nasce

banha-se a lua na rede
te acordo: tenho sede




Canção de noite

Tempo sem foz, o universo
palpitava, apenas,
para chegares:
entre os arbustos.

“Vai chover!”, disseste.

E eras o primeiro pingo,
lágrima alegre.

Um comentário:

Anônimo disse...

A respeito do poema Azougues...
O texto é um jogo sonoro de palavras planejadas a modo de aproximar duas idéias: a da natureza (*o dia amanhecendo) e a da palavra formando poema (produção sonora). Conjectura-se a vida e a palavra, enquanto mistério (o dia)-(o poema).A linha poética é eminentemente formalista. A emoção é velada, difícil de ser garimpada, para vir como ouro, posteriormente (neste, que é sonoramente seu melhor poema).
... Das palavras ...
Azougues dão idéia de movimento, assim como, rolimãs,imãs ( estes que movimentam as palavras até formar-se o poema), fremida e ativa.
Há rica imagística( presente em quase todo o livro), como a impagável junção de "rolimãs do firmamento", que enfeitam um céu de brinquedo (uma levíssima referência intimista). Pronta a palavra, que é movimento, vislumbra-se o mistério da vida (universo).


É, o sentimento do belo existe em todos nós, e dele, cada um faz o seu carnaval.
"Nem tanto pelo encanto das palavras, mas pela beleza de se ter a fala."
Sorte Senhor Coelho.
Atenciosamente
inês