terça-feira, 7 de maio de 2013

Dois poemas inéditos




A espera

O espaço eterno em ondas sobre o tempo infinito
em ondas sobre o espaço eterno,
contrações concêntricas, binôminos
da ferrugem em dilatação;
lentidão transformadora e devoradora,
expansão paralítica, imobilidade eletrolítica;
o olho gordo de tudo, o vácuo de tudo,
a cegueira da luz acuada no universo;
moléculas insolúveis, soluções corrosivas,
eu unha e carne o amor carne e unha;
dízima da fênix periódica dízima da fênix
a espera com a sua fome com a sua espera

realimentada.


A paixão desmedida

A varanda - um bilhão de galáxias,
essa manhã - um bilhão de anos;
o infinito e a eternidade
- opressão –
só se contêm
num átimo, num átomo
(a luz tu, pólen
do universo,
transcorre até mim):
instante.



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