quarta-feira, 22 de maio de 2013

Poema inédito


Perdas

Do Big Bang, o corpus
de uma brisa;
eu, sopro
de aniquilamento.
A origem, matriz
da perda,
engole e engendra o vazio,
minha completude;
buracos negros se aplacam
na sede da minha órbita.

Hoje, insubstâncias -
tempo anucleado
em desejos por minuto -
a brisa entrete-se
antes de virar sopro,
antes do impulso.
A anelos sem destruição,
frustrações sem fogo;
a perdas desmeduladas,
olvido sem incrustações;
amemória.

A eternidade
acaba aqui.

2 comentários:

Anônimo disse...



Ooooooiiii D. Edson Coelho...

Que boas as semanas com a tua poesia!!!

O infinito é um grande encontro subjetivo...um poema é a terra inteira (a arte, a tarde, e o desfolhar de todas as flores da vida!)...o poeta e o universo são um céu
metafísico...infinito, sabes? (É por isso que a poesia é uma sensação viva)!
Sabe Édson, sonho que podem ser puros,(os versos,digo!) como a arte deve ser pura. Ler um poema triste, dá um bocado de tristeza. Mas não é só um poema triste, é a vida, a paisagem, todas as paisagens, a revelação na superfície das coisas. Fazer poemas é realmente “engendrar o vazio” no grande azul da terra!

=)
Inês

edson coelho disse...

se complementar do azulvazio, vazioazul - obrigado, inês: sossego ao seu merecimento, sempre.