sábado, 11 de maio de 2013

Um sexopoema




Terra em Vênus

Clitóris, cordilheira
inchada pela chuva;
cona, cânion
onde o vento brinca
com tufos de fogo;
poluções de Krakatoa.
A tempestade açoita,
acoita a neve
em gemedouros de pinho;
lava étnica restolha
o meridiano temperado
do verão pistilo.
Astros se desconstelam
num maelstrom celeste,
sacados pelo grelo da Terra;
a cordilheira badala
em grandes lábios ardósia
e os polos se enforquilham
sob as coxas da lua-muco;
primavera cadente, lascas de planetas -
esporro titânico de magma elemental.
A manga sente a dor do parto;
Vênus tem o malino em Vesúvio;
uma palavra se resina
no corte do galho umbilical.

5 comentários:

edson coelho disse...

obrigado. farei visitarei.

Eduardo Alves disse...

Quem disse que no Brasil não tem vulcões??? Rsrs

Muito bom!

edson coelho disse...

ehehe. valeu!

Renato Torres disse...

Edson,

sexopoemas são extensos dilemas que armamos, anagramáticos, sobre a solução orgásmica do tato - esta fala eloqüente, quente, silente ou ruidosa, esta rosa lúbrica que adoramos, pagãos. texto vigoroso, como deve ser uma boa foda...

abraços mano!

r

edson coelho disse...

eita, renato - além de tudo, o papel, a arte,a palavra - poucas coisas são mais erógenas, mais orgásticas, né, mano? valeu!