Terra em
Vênus
Clitóris, cordilheira
inchada pela chuva;
cona, cânion
onde o vento brinca
com tufos de fogo;
poluções de Krakatoa.
A tempestade açoita,
acoita a neve
em gemedouros de pinho;
lava étnica restolha
o meridiano temperado
do verão pistilo.
Astros se desconstelam
num maelstrom celeste,
sacados pelo grelo da Terra;
a cordilheira badala
em grandes lábios ardósia
e os polos se enforquilham
sob as coxas da lua-muco;
primavera cadente, lascas de planetas -
esporro titânico de magma elemental.
A manga sente a dor do parto;
Vênus tem o malino em Vesúvio;
uma palavra se resina
no corte do galho umbilical.
5 comentários:
obrigado. farei visitarei.
Quem disse que no Brasil não tem vulcões??? Rsrs
Muito bom!
ehehe. valeu!
Edson,
sexopoemas são extensos dilemas que armamos, anagramáticos, sobre a solução orgásmica do tato - esta fala eloqüente, quente, silente ou ruidosa, esta rosa lúbrica que adoramos, pagãos. texto vigoroso, como deve ser uma boa foda...
abraços mano!
r
eita, renato - além de tudo, o papel, a arte,a palavra - poucas coisas são mais erógenas, mais orgásticas, né, mano? valeu!
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